A luta por autonomia profissional, valorização e respeito é uma constante no trabalho dos fisioterapeutas que atuam dentro de hospitais. Muitas vezes tendo seu conhecimento subestimado pelos próprios colegas da equipe multidisciplinar de saúde, o fisioterapeuta se vê substituído por enfermeiros ou técnicos de enfermagem e até mesmo ignorado por médicos diante de casos de urgência e emergência, prejudicando a capacidade de muitos profissionais em salvar vidas.
Na contramão dessa realidade, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de Sorriso só funciona bem com a atuação da equipe fisioterapêutica, de acordo com o funcionário Petterson Gonçalves, que esteve na sede do Crefito-9 nessa quinta-feira (14 de janeiro) e foi recepcionado pela presidente, Ingridh Farina da Silva.

“No começo tivemos conflitos. Muitas vezes o médico me pedia para fazer alguma coisa, eu dizia que não era daquela forma que deveria ser feito e isso gerava atrito. Depois eu explicava por que tinha que ser de outra maneira e assim fui conquistando o respeito dos colegas. Hoje os médicos nos perguntam o que devemos fazer com cada paciente”, relata Petterson.
Na UPA de Sorriso, os fisioterapeutas atuam na triagem, transporte de pacientes, notificações de doenças, orientações aos pacientes e analgesia.
Outra conquista da equipe de Fisioterapia da UPA Sorriso é a diminuição de intubação de pacientes, sobretudo no contexto da Covid-19. “Antes de intubar qualquer paciente na UPA, eu peço geralmente 30 minutos a uma hora para o médico me deixar trabalhar com o paciente. Começo com técnicas de liberação de diafragma, liberação de músculos do externo. Se a pessoa já chega fadigada, querem intubar. Muitas vezes conseguimos evitar”, contou o fisioterapeuta.
Petterson começou a atuar na unidade de saúde em agosto de 2020 e defende que é possível conquistar este espaço que é da Fisioterapia e só traz benefícios para a sociedade. “Em Sorriso, nós batemos na tecla da equipe multidisciplinar. Muitas vezes nem o próprio fisioterapeuta sabe o que ele pode fazer dentro de uma emergência. É preciso enfrentar, mostrar o trabalho que podemos fazer e conquistar nosso espaço”, finaliza.